Porto ameaça paraíso uruguaio

Um grupo de empresas multinacionais está anunciando a construção de um porto de águas profundas na cidade uruguaia de La Paloma. A praia de La Aguada será destruída, bem como parte da zona balneária compreendida entre La Paloma e La Pedrera.

Ainda não há estudos dos impactos ambientais definitivos, mas é certo que além de acabar com as ondas de La Aguada outros picos de surf certamente sofrerão algum comprometimento, seja ambiental ou de ondas. Os picos de Zanja Honda, Anaconda, Los Botes, Barco, Corumbá , Gavilan, Desplayado e outros podem ficar comprometidos.

La Paloma está localizada a 150 quilômetros de distância do Chuí, fronteira com o Brasil. Paraíso das ondas intocado em bons beach breaks e point breaks, La Paloma faz parte do Departamento de Rocha que apresenta grandes extensões de praias, lagoas, serras, planícies, áreas de natureza protegida, livres de contaminação humana.

Um porto de águas profundas na região implica no trânsito de grandes navios de carga, instalações de gruas, praias de contenção, muitos hectares destinados ao tráfego de caminhões com mais de 50 toneladas de carga nas estradas. Existe ainda uma planta gaseificadora e um gasoduto, o que significa um impacto ambiental imenso, suscetível a acidentes ou crimes ecológicos. A região possui ainda uma zona turística imensa, em parte devido às boas ondas da região, que cresce ano a ano, e com a criação do porto estará também comprometida.

Surfistas uruguaios dem todo o pais já se articulam em oposição à obra. Os surfistas brasileiros que conhecem a costa do Uruguai sabem da beleza da região e de suas ondas devem aderir ao movimento pois os aspectos financeiros não podem ficar à frente dos danos ao meio ambiente. O Brasil deve juntar-se a esta luta ao lado dos irmãos do Uruguai e preservar uma das regiões mais belas e conservadas da América do Sul.